Ele nem respondeu e me seguiu, perguntamos se havia lareira no hotel e o recepcionista disse que não. Então perguntamos se tinha algo com um tipo de churrasqueira ou fornalha e ele nos falou da cozinha externa do hotel. A caminho liguei para Cris que até então não estava a par de nada, mas nem foi preciso esperá-la atender. Demos de encontro com ela e Marcos saindo do restaurante animados demais pro meu gosto.
- Sem espanto, só venham com a gente que lá a gente explica – Luidge falou atrás de mim.
Apenas mostrei o dvd e a fita, eles não precisavam demais nada para nos seguir. Chegando ao local explicado pelo recepcionista achamos várias churrasqueiras, parecia ser um local somente para funcionários. Não tinha cara de local de festa. Escolhi a primeira churrasqueira e joguei o dvd e a fita dentro, tinha um pouco de carvão que ajudou bastante na queima dos arquivos. Me senti em um filme de suspense quando alguém apaga as provas de um crime. Finalmente aquele pesadelo tinha acabado, me senti aliviada e sei que meus amigos também estavam, os suspiros de alivio não negavam. Não saímos de lá até que a ultima cinza aparecesse, queríamos certeza total de que ninguém ia achar aquele dvd e aquela fita. Voltamos pro saguão do hotel como se nada tivesse acontecido aliviados e sorridentes. Nos envolvemos tanto com a história que quando chegamos no saguão de entrada ele estava apinhado de gente. Parecia algum tipo de comemoração. Tinha um cartaz na recepção dizendo que era aniversário de alguém importante da cidade que morava no hotel. Fiquei pensando, se ele era importante porque morava no hotel? Coisas de cidade pequena.
Ficamos na festa, precisávamos nos distrair, tinha bebida, comida, gente bonita. Um prato cheio para a diversão.
O domingo chegou Cris e Marcos tinham que ir embora, ficaríamos mais duas semanas só eu e Luidge, fomos embora também não queria ficar naquela cidade. Vai que ele me força a voltar na casa da menina morena, era bom não arriscar.
A viagem que era pra me trazer paz e descanso acabou trazendo mais problemas, o dono do hotel queria saber porque havia coisas desconhecidas queimadas em uma de suas churrasqueiras e porque o quarto do Luidge cheirava a peixe morto, pagamos uma taxa extra por esses problemas e fiz questão dele me reembolsar certas quantias.
Não procuramos cidades com lendas urbanas ou casas abandonadas resolvemos ir direto para a próxima cidade de encontro com Lola, Paulo, Becca e Guilherme. Foi a melhor coisa que fizemos, era uma cidade bem tranqüila e movimentada com bares legais e um bom shopping. Pelo menos cinco dias dessas duas semanas me dediquei ao consumismo desenfreado, Luidge também fez suas compras nas lojas exóticas e de informática. Conseguiu trocar o computador dele por outro mais avançado e não quis pegar nenhum arquivo que estava lá dentro. O vendedor achou estranho que ele estivesse dando o computador dele de entrada mais o dinheiro de diferença e não quisesse barganhar.
Lola ligou avisando que estava chegando mais cedo e isso me deixou mais feliz, não agüentava mais assistir filmes de ficção cientifica e comer lanches depois do cinema. Aquela cidade parecia que gostava do Luidge, de dois em dois dias eles colocavam em cartaz um filme novo. De onde eles tiravam tanto filme diferente eu não sei. Acho que Luidge acabou pegando o arquivo dele de filmes e emprestou para o cinema, fiquei bem desconfiada. O casal chegou na quarta-feira íamos passar mais dois finais de semana naquela cidade, eu esperava que Luidge, com a chegada de sua musa deixasse as idéias de filmes no esquecimento. Becca e Guilherme chegaram no domingo de madrugada. Esperamos todos chegarem pra contar a história assustadora e outras coisas da viagem.
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